terça-feira, 5 de junho de 2012

Os meus herois

Concurso Escola Alerta
promovido pelo Instituto
Nacional para a Reabilitação
Às vezes dá-me para a lamechice...
Se calhar fica-me mal vir aqui a público falar dos meus alunos. Se assim pensam, desculpem-me este desabafo. Não ficava bem com a minha consciência se não viesse tecer alguns elogios a uma turma que me conquistou até ao fundo da alma!
Ser professora do João, é um privilégio; ser professora da Helena, outro privilégio. E juntar a tudo isto a alegria imensa de lidar com dezassete crianças que põem diariamente, acima de tudo, o bem estar destes dois colegas, deixa de ser um privilégio para passar a ser uma honra!
Se há alguns anos atrás me falessem destes miúdos, talvez eu própria demorasse algum tempo a "digerir" tamanho empenho e solidariedade em crianças deste tamanho. Mas o que se passou nestes dois anos em que fui diretora de turma deles não deixa lugar a dúvidas.
Não tenho hoje qualquer hesitação em afirmar que o João e a Helena são mais felizes graças aos colegas. E isso basta-me, enquanto diretora de turma.
Nunca vi nestas meninas e meninos, pequenas mulheres e homens, em função das suas atitudes, qualquer vislumbre de piedade em relação à situação dos colegas. Antes vi vontade incomensurável de tudo fazerem para que a vida do João e da Helena fosse o mais possível igual à deles. A isto chamo efetivamente "promover a inclusão". Se calhar, uma palavra que pouco lhes diz. Prendem-se mais a atitudes, valores, iniciativas.
Dá gosto vê-los preocupados com as posições da Helena na cadeira, com o tamanho da sachola do João, com a escolha de atividades de forma a garantirem a participação de todos, com os calorosos abraços e com as gargalhadas genuínas em volta das conquistas que promovem!
Dá vontade de dizer: se eu fosse pequenina, gostava de ser como eles! 

Nídia Valente, diretora de turma

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